Pediatra e elemento de uma família modernamente numerosa trocando os desafios da parentalidade "por miúdos"...
domingo, 30 de novembro de 2014
Estou a educar ou a pisar o risco?!
sábado, 29 de novembro de 2014
Dica:"brincadeiras inesperadas"
sexta-feira, 28 de novembro de 2014
Querem perceber melhor o comportamento dos vossos filhos? Façam o teste!!
Dica:"Leitura criativa"
A vacina de que todos falam!
A doença meningocócica é uma infecção grave causada por Neisseria meningitidis sendo responsável por casos de sepsis e meningite com os desfechos catastróficos que ouvimos nos meios de comunicação.
A doença meningococica actualmente é uma doença rara, com cerca de 80 a 90 casos por ano no nosso país.
Esta doença pode atingir qualquer pessoa mas é nos mais novos que tem maior incidência, e com especial predomínio e morbimortalidade nos primeiros seis meses de vida. As estatísticas variam mas os números médios apontam para mortalidade na ordem dos 10-15% e sequelas em cerca de 15-20% dos sobreviventes, nomeadamente com incapacidade significativa devido a alterações neurológicas ou amputações.
Existem vários serogrupos conhecidos de meningococo e apesar de de todos eles poderem dar origem a doença a sua distribuição geográfica varia. Na Europa predominam os serogrupos B e C.
Quanto a vacinas, já existia a polissacarida para os serogrupos A, C, W135 e Y, e a conjugada para o serogrupo C que já faz parte do nosso programa nacional de vacinação (PNV) desde 2006.
Desde que a vacina anti-meningococo do grupo C foi introduzida no nosso PNV a incidência da doença meningicocica desceu para cerca de 1 caso por cada 100 000 habitantes. Também a proporção relativa de cada serotipo alterou-se agora com predominio do serogrupo B.
A nova vacina anti-meningococica vem dar resposta ao atual predomínio do grupo B. Não se conhece com precisão qual a percentagem das estirpes circulantes em Portugal cobertas pela vacina, mas ela é actualmente a única forma de protecao contra a doença causada por este serogrupo.
Ao longo do processo de desenvolvimento da vacina foram realizados vários ensaios clínicos em lactentes com idade superior a dois meses, adolescente e adultos e a vacina demonstrou ser imunogenica, segura e induzir memória imunológica em todos os grupos etários.
Foram também estudados os efeitos secundários com febre (10 a 15%) e reacções locais a terem uma incidência semelhante às vacinas do PNV e facilmente controláveis com paracetamol.
Foi também testada e confirmada a compatibilidade da sua administração, em simultâneo, com as vacinas do PNV e a vacina anti-pneumococica conjugad ( nome comercial Prevenar). No entanto, a frequência de efeitos secundários, locais e sistémicos, é maior quando administrada em simultâneo com as vacinas do PNV. Estes efeitos secundários não são graves e a imugenicidade das várias vacinas não é significativamente alterada.
A sociedade portuguesa de pediatria recomenda que esta vacina pode ser dada a bebês, crianças e adolescentes nos esquemas recomendados para prevenir a doença por este agente.
O senão é que são necessárias várias doses para completar a vacinação e cada dose custa cerca de 99 euros! E se intuitivamente poderíamos pensar em adiar uns meses o início da vacinação para poupar umas doses, a verdade é que é nas idades mais precoces que o risco é maior.
Veja o esquema recomendado:
Em resumo, estamos a falar de uma vacina que vem prevenir uma doença rara mas de elevada morbimortalidade. Os estudos demonstraram ser segura e imunogenica. O ideal é iniciar a vacinação antes dos seis meses para que a criança fique protegida o quanto antes. O único problema é o preço mas desde que financeiramente suportável parece-me ser um bom investimento. Os últimos trinta anos demonstraram-nos que a vacinação foi uma das melhores e mais eficazes medidas de saúde implementadas.
Espero que este post tenha servido para esclarecer algumas dúvidas acerca desta vacina. Agora é discutir o assunto com os profissionais de saúde que seguem as vossas crianças...e também fazer contas. Talvez algumas prendas de Natal possam ser substituídas por financiamento às vacinas...
quinta-feira, 27 de novembro de 2014
Dicas para um Natal educativo -"A carta ao Pai Natal"
quarta-feira, 26 de novembro de 2014
É Natal, e agora?
terça-feira, 25 de novembro de 2014
Consulta pré-natal
segunda-feira, 24 de novembro de 2014
A Nossa Pediatra porquê?
Apesar de não o assumir, na hora de decidir a vontade revelou-se naturalmente, e tem-se confirmado a cada dia. Tenho a sorte de fazer o que gosto e de me sentir feliz na minha escolha.
Com o tempo e com a responsabilidade da saúde de muitas crianças a meu cargo, fui-me apercebendo que não era só pediatra, que não era só a "pediatra do meu filho" ou a "minha pediatra" mas era a "nossa Pediatra" e este é agora um conceito que defendo acerrimamente. Mais do que o médico da criança, que verifica a sua saúde e descarrega uma série de conselhos ( e por vezes juízos de valor), a família que se altera quando "encomenda" uma criança precisa de dialogo, proximidade e conhecimento esclarecido no desempenho do novo desafio com que se depara. O Pediatra vem assumir um papel ativo na saúde da criança que segue, com vista à promoção da sua saúde e cumprimento do seu potencial, mas para isso tem de estar atento à família e a todos os quantos interagem com a criança estabelecendo relações de confiança e proximidade e estar disponível para ouvir sem julgar e esclarecer sem condenar. A saúde da criança é também a saúde da família e vice-versa. Por isso o conceito "A Nossa Pediatra" faz todo o sentido! É esse o compromisso que eu e muitos pediatras tentamos cumprir com as "nossas" crianças e famílias e espero que seja isso que encontra no seu pediatra e que vá encontrar com o tempo neste blogue!