Pediatra e elemento de uma família modernamente numerosa trocando os desafios da parentalidade "por miúdos"...
quarta-feira, 10 de dezembro de 2014
Sabia que o seu filhote, que balbucia sons incompreensíveis, já percebe algumas palavras que lhe diz?
Sabia que o "não" também se gasta?
domingo, 7 de dezembro de 2014
O leite e a sopa são os melhores alimentos para o meu filho?
Vamos estimular a "escrita educativa"?
segunda-feira, 1 de dezembro de 2014
"A verdade"
Livro de instruções do bebe
Muitas vezes a primeira coisa que os futuros pais ou os recém-pais me dizem ou que vislumbro no seu olhar assustado é o tradicional " porque é que os bebés não nascem com livro de instruções!?". E acrescentam "São tantas as coisas a fazer e a aprender, entre fraldas, bodies, banhos e choros...e o pior é que todos à nossa volta têm opiniões, palpites e regras ...e diferentes! Não queremos fazer as coisas mal!!!"
E é aí que sei que teremos pano para mangas de conversa... Pergunto-lhes apenas " e o que fez com o livro de instruções da máquina de lavar ou do telemóvel"?, e bombardeio logo a seguir " e que dedicação tem a máquina de lavar e ao telemóvel?"
A verdade é que não é preciso nem desejável que os bebes venham com livro de instruções.
É precisamente a busca dessas instruções no próprio "aparelho" que reforça os laços e nos ensina a ser pais. Temos de ler choros e esgares, sentir aconchegos e esperneios, perscrutar enfados e reconhecer caprichos.
É um trabalho de detetive ...em que as pistas descobertas são de profundo amor e por si só gratificantes e construtivas.
Na realidade, para cuidar de um bebe são apenas necessárias três coisas - amor, bom senso e ideias organizadas em temas centrais.
O amor abre-nos o coração para a leitura dos sinais que o bebé vai "emitindo" e leva-nos cada dia a procurar fazer o melhor.
O bom senso ajuda-nos na decisão acertada e evita que essa luta obstinada pelo melhor se transforme em bloqueio.
As ideias organizadas em temas centrais (alimentação, segurança ...) sob orientação de um profissional ajudam a que o bom senso prevaleça.
E ao fim de um mês os pais já escreveram as primeiras páginas do livro de instruções de um "aparelho" único, que só eles conhecem como ninguém.
Se viessem com livro de instruções...Ai se os bebés viessem com livro de instruções! Corríamos o risco de ir diretamente ao guia rápido, carregar no botão e nem ficar para ver se funcionava...
domingo, 30 de novembro de 2014
Estou a educar ou a pisar o risco?!
sábado, 29 de novembro de 2014
Dica:"brincadeiras inesperadas"
sexta-feira, 28 de novembro de 2014
Querem perceber melhor o comportamento dos vossos filhos? Façam o teste!!
Dica:"Leitura criativa"
A vacina de que todos falam!
A doença meningocócica é uma infecção grave causada por Neisseria meningitidis sendo responsável por casos de sepsis e meningite com os desfechos catastróficos que ouvimos nos meios de comunicação.
A doença meningococica actualmente é uma doença rara, com cerca de 80 a 90 casos por ano no nosso país.
Esta doença pode atingir qualquer pessoa mas é nos mais novos que tem maior incidência, e com especial predomínio e morbimortalidade nos primeiros seis meses de vida. As estatísticas variam mas os números médios apontam para mortalidade na ordem dos 10-15% e sequelas em cerca de 15-20% dos sobreviventes, nomeadamente com incapacidade significativa devido a alterações neurológicas ou amputações.
Existem vários serogrupos conhecidos de meningococo e apesar de de todos eles poderem dar origem a doença a sua distribuição geográfica varia. Na Europa predominam os serogrupos B e C.
Quanto a vacinas, já existia a polissacarida para os serogrupos A, C, W135 e Y, e a conjugada para o serogrupo C que já faz parte do nosso programa nacional de vacinação (PNV) desde 2006.
Desde que a vacina anti-meningococo do grupo C foi introduzida no nosso PNV a incidência da doença meningicocica desceu para cerca de 1 caso por cada 100 000 habitantes. Também a proporção relativa de cada serotipo alterou-se agora com predominio do serogrupo B.
A nova vacina anti-meningococica vem dar resposta ao atual predomínio do grupo B. Não se conhece com precisão qual a percentagem das estirpes circulantes em Portugal cobertas pela vacina, mas ela é actualmente a única forma de protecao contra a doença causada por este serogrupo.
Ao longo do processo de desenvolvimento da vacina foram realizados vários ensaios clínicos em lactentes com idade superior a dois meses, adolescente e adultos e a vacina demonstrou ser imunogenica, segura e induzir memória imunológica em todos os grupos etários.
Foram também estudados os efeitos secundários com febre (10 a 15%) e reacções locais a terem uma incidência semelhante às vacinas do PNV e facilmente controláveis com paracetamol.
Foi também testada e confirmada a compatibilidade da sua administração, em simultâneo, com as vacinas do PNV e a vacina anti-pneumococica conjugad ( nome comercial Prevenar). No entanto, a frequência de efeitos secundários, locais e sistémicos, é maior quando administrada em simultâneo com as vacinas do PNV. Estes efeitos secundários não são graves e a imugenicidade das várias vacinas não é significativamente alterada.
A sociedade portuguesa de pediatria recomenda que esta vacina pode ser dada a bebês, crianças e adolescentes nos esquemas recomendados para prevenir a doença por este agente.
O senão é que são necessárias várias doses para completar a vacinação e cada dose custa cerca de 99 euros! E se intuitivamente poderíamos pensar em adiar uns meses o início da vacinação para poupar umas doses, a verdade é que é nas idades mais precoces que o risco é maior.
Veja o esquema recomendado:
Em resumo, estamos a falar de uma vacina que vem prevenir uma doença rara mas de elevada morbimortalidade. Os estudos demonstraram ser segura e imunogenica. O ideal é iniciar a vacinação antes dos seis meses para que a criança fique protegida o quanto antes. O único problema é o preço mas desde que financeiramente suportável parece-me ser um bom investimento. Os últimos trinta anos demonstraram-nos que a vacinação foi uma das melhores e mais eficazes medidas de saúde implementadas.
Espero que este post tenha servido para esclarecer algumas dúvidas acerca desta vacina. Agora é discutir o assunto com os profissionais de saúde que seguem as vossas crianças...e também fazer contas. Talvez algumas prendas de Natal possam ser substituídas por financiamento às vacinas...
quinta-feira, 27 de novembro de 2014
Dicas para um Natal educativo -"A carta ao Pai Natal"
quarta-feira, 26 de novembro de 2014
É Natal, e agora?
terça-feira, 25 de novembro de 2014
Consulta pré-natal
segunda-feira, 24 de novembro de 2014
A Nossa Pediatra porquê?
Apesar de não o assumir, na hora de decidir a vontade revelou-se naturalmente, e tem-se confirmado a cada dia. Tenho a sorte de fazer o que gosto e de me sentir feliz na minha escolha.
Com o tempo e com a responsabilidade da saúde de muitas crianças a meu cargo, fui-me apercebendo que não era só pediatra, que não era só a "pediatra do meu filho" ou a "minha pediatra" mas era a "nossa Pediatra" e este é agora um conceito que defendo acerrimamente. Mais do que o médico da criança, que verifica a sua saúde e descarrega uma série de conselhos ( e por vezes juízos de valor), a família que se altera quando "encomenda" uma criança precisa de dialogo, proximidade e conhecimento esclarecido no desempenho do novo desafio com que se depara. O Pediatra vem assumir um papel ativo na saúde da criança que segue, com vista à promoção da sua saúde e cumprimento do seu potencial, mas para isso tem de estar atento à família e a todos os quantos interagem com a criança estabelecendo relações de confiança e proximidade e estar disponível para ouvir sem julgar e esclarecer sem condenar. A saúde da criança é também a saúde da família e vice-versa. Por isso o conceito "A Nossa Pediatra" faz todo o sentido! É esse o compromisso que eu e muitos pediatras tentamos cumprir com as "nossas" crianças e famílias e espero que seja isso que encontra no seu pediatra e que vá encontrar com o tempo neste blogue!